Poetas da periferia de São Paulo vão mostrar seus versos na Feira do Livro de Buenos Aires, em abril, que homenageará a cidade brasileira. Proliferação de saraus desde a década passada deu origem a uma cultura literária com identidade própria
Por Mariana Timóteo da Costa, de São Paulo
Foi Marco Pezão quem previu, no refrão criado e declamado por ele com força, e repetido com empolgação por frequentadores dos saraus de poesia que tomam conta da periferia paulistana: “Nóis é ponte e atravessa qualquer rio”. E não é que Pezão, Binho, Sérgio Vaz — que iniciaram os eventos de forma mais organizada em 2001 — e vários de seus pupilos vão atravessar mesmo o Rio da Prata? Numa iniciativa inédita de uma biblioteca pública, a Mário de Andrade (municipal) decidiu levar não autores consagrados, mas sim a poesia produzida nas franjas de São Paulo para a prestigiosa Feira do Livro de Buenos Aires.
O evento, que acontece em abril, terá São Paulo como cidade homenageada. E Luiz Bagolin, diretor da Mário de Andrade, insistiu com os organizadores que a produção cultural dos saraus deveria ser o mote da participação paulista na feira, já que “é de uma beleza e força e tão marginalizada do mercado editoral que merecia estar lá”. Os portenhos compraram a ideia, a ponte foi construída, e os poetas se preparam para cruzar o rio.
— Talvez São Paulo seja a cidade mais conservadora e elitista do Brasil. Nunca houve uma iniciativa do poder público de fazer um mapeamento desta produção da periferia. Esperamos que a participação desses artistas na feira não somente projete seu trabalho, muitos deles de qualidade literária inegável, mas também os ajude a ter mais incentivos — diz Bagolin.
Sérgio Vaz, de 49 anos, compara o momento a uma “primavera periférica”.
— Vivemos uma revolução de formação de escritores, e principalmente de público leitor, e isso conquistamos através dos saraus. Nunca participamos de um edital, nunca tivemos uma grande editora por trás, nenhuma livraria veio até aqui, o poder público nos ignorava. Será muito bacana mostrar o que fizemos até aqui num evento com tanta visibilidade como o de Buenos Aires — diz Vaz, que já publicou sete livros e é o mais conhecido do grupo: além de organizar saraus e outros eventos culturais, dá palestras pelo Brasil e já falou sobre a poesia produzida na periferia de São Paulo na Europa.
‘I love laje’
Segundo Vaz, a proliferação dos saraus fez com que milhares de moradores passassem “a querer mudar a periferia e não se mudar dela”. Binho tem a mesma idade de Vaz. Pezão tem 62 anos. Fernando Ferrari tem 36. Cada um comanda um sarau diferente, às vezes mais de um, todos derivados da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia), criada por Pezão e Vaz (que continua à frente da organização) há 12 anos. Binho já fazia saraus desde os anos 90, num bar que tinha no bairro do Campo Limpo, e contribuiu muito para a consolidação dos diversos projetos de saraus que surgiram em São Paulo a partir da Cooperifa.
Os eventos são abertos a qualquer integrante da comunidade. São realizados em espaços públicos, como praças e bibliotecas — quando há apoio de entidades como a Prefeitura e o Sesc —, bares, teatros comunitários improvisados e até nas casas dos poetas, que costumam morar em áreas que engrossam as estatísticas de violência em São Paulo: Campo Limpo, Capão Redondo, Parque Santo Antônio, favela do Moinho, Taboão da Serra, município da Grande São Paulo. Basta um microfone aberto, uma caixa de som, um lanche e livros. A casa de Binho, no Campo Limpo, vive cheia. Na de Pezão, existe o sarau “I Love Laje”, e o escritor está construindo também uma biblioteca “aonde todo o mundo que quiser vai poder tirar um livro”. Os saraus viraram base de sustento de muitos artistas e de importantes trabalhos sociais. Há bibliotecas informais, projetos de distribuição de livros em estações de ônibus.
— A gente põe um monte de livro dentro do carro, ou na bicicleta e sai por aí — conta Ferrari, que é bastante conectado com os demais integrantes de saraus não apenas em São Paulo, mas também no Rio, “onde a coisa está começando a pegar”.
Ele prossegue, afirmando que a literatura o salvou. Ainda não lançou um livro seu “por falta de tempo”. Mas tem belos poemas como “Lua latina” (assista Fernando Ferrari declamando o poema "Lua latina"), que está numa antologia do Sarau do Binho, pelo qual pede à lua que ilumina cidades da América Latina que também brilhe sobre os bairros menos favorecidos de São Paulo. “Que cesse o genocídio da juventude e a limpeza étnica praticada pela ausência de luz”, declama.
Foi Marco Pezão quem previu, no refrão criado e declamado por ele com força, e repetido com empolgação por frequentadores dos saraus de poesia que tomam conta da periferia paulistana: “Nóis é ponte e atravessa qualquer rio”. E não é que Pezão, Binho, Sérgio Vaz — que iniciaram os eventos de forma mais organizada em 2001 — e vários de seus pupilos vão atravessar mesmo o Rio da Prata? Numa iniciativa inédita de uma biblioteca pública, a Mário de Andrade (municipal) decidiu levar não autores consagrados, mas sim a poesia produzida nas franjas de São Paulo para a prestigiosa Feira do Livro de Buenos Aires.
O evento, que acontece em abril, terá São Paulo como cidade homenageada. E Luiz Bagolin, diretor da Mário de Andrade, insistiu com os organizadores que a produção cultural dos saraus deveria ser o mote da participação paulista na feira, já que “é de uma beleza e força e tão marginalizada do mercado editoral que merecia estar lá”. Os portenhos compraram a ideia, a ponte foi construída, e os poetas se preparam para cruzar o rio.
— Talvez São Paulo seja a cidade mais conservadora e elitista do Brasil. Nunca houve uma iniciativa do poder público de fazer um mapeamento desta produção da periferia. Esperamos que a participação desses artistas na feira não somente projete seu trabalho, muitos deles de qualidade literária inegável, mas também os ajude a ter mais incentivos — diz Bagolin.
Sérgio Vaz, de 49 anos, compara o momento a uma “primavera periférica”.
— Vivemos uma revolução de formação de escritores, e principalmente de público leitor, e isso conquistamos através dos saraus. Nunca participamos de um edital, nunca tivemos uma grande editora por trás, nenhuma livraria veio até aqui, o poder público nos ignorava. Será muito bacana mostrar o que fizemos até aqui num evento com tanta visibilidade como o de Buenos Aires — diz Vaz, que já publicou sete livros e é o mais conhecido do grupo: além de organizar saraus e outros eventos culturais, dá palestras pelo Brasil e já falou sobre a poesia produzida na periferia de São Paulo na Europa.
‘I love laje’
Segundo Vaz, a proliferação dos saraus fez com que milhares de moradores passassem “a querer mudar a periferia e não se mudar dela”. Binho tem a mesma idade de Vaz. Pezão tem 62 anos. Fernando Ferrari tem 36. Cada um comanda um sarau diferente, às vezes mais de um, todos derivados da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia), criada por Pezão e Vaz (que continua à frente da organização) há 12 anos. Binho já fazia saraus desde os anos 90, num bar que tinha no bairro do Campo Limpo, e contribuiu muito para a consolidação dos diversos projetos de saraus que surgiram em São Paulo a partir da Cooperifa.
Os eventos são abertos a qualquer integrante da comunidade. São realizados em espaços públicos, como praças e bibliotecas — quando há apoio de entidades como a Prefeitura e o Sesc —, bares, teatros comunitários improvisados e até nas casas dos poetas, que costumam morar em áreas que engrossam as estatísticas de violência em São Paulo: Campo Limpo, Capão Redondo, Parque Santo Antônio, favela do Moinho, Taboão da Serra, município da Grande São Paulo. Basta um microfone aberto, uma caixa de som, um lanche e livros. A casa de Binho, no Campo Limpo, vive cheia. Na de Pezão, existe o sarau “I Love Laje”, e o escritor está construindo também uma biblioteca “aonde todo o mundo que quiser vai poder tirar um livro”. Os saraus viraram base de sustento de muitos artistas e de importantes trabalhos sociais. Há bibliotecas informais, projetos de distribuição de livros em estações de ônibus.
— A gente põe um monte de livro dentro do carro, ou na bicicleta e sai por aí — conta Ferrari, que é bastante conectado com os demais integrantes de saraus não apenas em São Paulo, mas também no Rio, “onde a coisa está começando a pegar”.
Ele prossegue, afirmando que a literatura o salvou. Ainda não lançou um livro seu “por falta de tempo”. Mas tem belos poemas como “Lua latina” (assista Fernando Ferrari declamando o poema "Lua latina"), que está numa antologia do Sarau do Binho, pelo qual pede à lua que ilumina cidades da América Latina que também brilhe sobre os bairros menos favorecidos de São Paulo. “Que cesse o genocídio da juventude e a limpeza étnica praticada pela ausência de luz”, declama.
— Eu vivia no bairro mais violento do mundo que era o Capão Redondo (Zona Sul de São Paulo) dos anos 90. Perdi vários amigos. Comecei a frequentar os saraus, comecei a ler. Por causa deles quis estudar (ele fez sociologia e hoje dá aula na rede pública). Daí o passo seguinte foi começar a criar poesia — conta Ferrari, que hoje comanda saraus como o da favela do Moinho (Zona Oeste), onde, devido às conexões cariocas, recebeu recentemente familiares do pedreiro Amarildo, torturado e morto na Rocinha.
Nenhum dos poetas duvida que a leitura salva e é capaz de revelar talentos. Vaz conta que o moçambicano Mia Couto ficou muito (bem) impressionado com o que viu num sarau no Parque Santo Antônio, mesmo local citado em “Fim de semana no parque”, hino de ira dos Racionais MC’s. Mano Brown, aliás, é inspiração declarada para a parte da turma que gosta, como diz o criador da Cooperifa, de “xingar quem tiver pela frente”.
— Foi o Mano Brown quem mostrou primeiro como as coisas eram carregadas em São Paulo. Desde que comecei a escrever, tive vontade de saber o que ele pensaria da gente. Achava que ele ia querer me matar ao me ver declamando poesia. Até que Mano veio a um sarau, em 2002. Sabe o que ele me disse? “Nossa, o trabalho de vocês é lindo, não deixe o rap tomar conta”. E a gente não deixou mesmo. Tem espaço pra tudo — relembra Pezão, que trabalha como jornalista numa publicação local de Taboão e tem um blog sobre futebol de várzea.
Poeta mora em kombi onde guarda seus livros
Já Binho e Vaz sobrevivem dos saraus, das palestras que dão, dos apoios que recebem, dos livros que vendem. Impressiona, aliás, a quantidade de selos e de livros autopublicados pela turma. As obras — um total de mais de 100, segundo cálculos por baixo da Cooperifa — são geralmente impressas em gráficas locais. Ilustradores se oferecem para ajudar, e os livros são vendidos nos eventos e de forma itinerante. Os preços variam de R$ 10 a R$ 20. Como diz Vaz, que já vendeu mais de oito mil cópias de seus livros, “eliminou-se os atravessadores, levando a livraria até as pessoas”.
Giovani Baffo, 31 anos, que acaba de publicar seu terceiro livro, chegou a vender cinco mil exemplares. Hoje morando numa Kombi, o poeta percorre toda a cidade oferecendo seus livros. Numa das caminhadas pelo centro de São Paulo, vendeu o primeiro deles, “Delitos e deleites”, para o rapper Criolo. O autor de “Não existe amor em SP” declamou um dos poemas, “Em casa de menino de rua o último a dormir apaga a lua” em um de seus shows.
— Aí o poema foi declamado até no programa da Ana Maria Braga! — diverte-se Giovani, derrubando mais um mito: o de que os poetas marginais detestam o mainstream.
O primeiro livro de Pezão, “Nóis é ponte e atravessa qualquer rio”, saiu em dezembro por um selo chamado Reza Brava, idealizado pelo escritor Marcelino Freire, também organizador do evento Balada Literária. Entusiasta dos saraus, Marcelino conta que intimou Pezão a compilar suas poesias.
— Juntei forças para o livro sair. Consegui impressão, diagramação etc. Pretendo concentrar livros assim no selo Reza Brava. Eles serão feitos com o esforço afetivo coletivo. Não é bem uma editora. É uma atitude, entende? O Pezão é um poeta clássico, em vida, e precisava que a sua poesia se espalhasse ainda mais pelos mil cantos — elogia o escritor.A relação da poesia marginal com o rap é muito próxima. A violência, a revolta social, o racismo, o desgosto com o governo e a política explicitados por Mano Brown convivem com o lado intimista do gênero. Há espaço para todos. Num dos saraus do Binho, realizado num centro cultural improvisado em duas casas geminadas, alugadas em Taboão da Serra, os versos de Luan Luando, de 25 anos, clamando por mais igualdade social, ecoam ao mesmo tempo em que Binho lava os pés dos participantes. Portando bacias com água, o poeta molha, o poeta enxuga, “num sinal de afeto, porque literatura e poesia são afeto, não é”? Há saraus com poesia e cinema, “saraus de perdão” — onde maridos pedem, em versos, desculpas às suas mulheres — e de poesia erótica.Luan conseguiu apoio de sarauzeiros para lançar seu primeiro livro, “Manda busca”: imprimiu tudo numa gráfica local, um amigo ilustrou, ele pôs um monte na mochila e saiu andando por São Paulo. Vendeu 500 livros em duas semanas. Seu carro-chefe é o poema “Blackititude”, no qual fala em “panafricanizar” o Brasil, e manda Rosa Parks (ativista que lutou pelos direitos civis nos EUA) não “se levantar do banco”, numa declamação cantada.
Nenhum dos poetas duvida que a leitura salva e é capaz de revelar talentos. Vaz conta que o moçambicano Mia Couto ficou muito (bem) impressionado com o que viu num sarau no Parque Santo Antônio, mesmo local citado em “Fim de semana no parque”, hino de ira dos Racionais MC’s. Mano Brown, aliás, é inspiração declarada para a parte da turma que gosta, como diz o criador da Cooperifa, de “xingar quem tiver pela frente”.
— Foi o Mano Brown quem mostrou primeiro como as coisas eram carregadas em São Paulo. Desde que comecei a escrever, tive vontade de saber o que ele pensaria da gente. Achava que ele ia querer me matar ao me ver declamando poesia. Até que Mano veio a um sarau, em 2002. Sabe o que ele me disse? “Nossa, o trabalho de vocês é lindo, não deixe o rap tomar conta”. E a gente não deixou mesmo. Tem espaço pra tudo — relembra Pezão, que trabalha como jornalista numa publicação local de Taboão e tem um blog sobre futebol de várzea.
Poeta mora em kombi onde guarda seus livros
Já Binho e Vaz sobrevivem dos saraus, das palestras que dão, dos apoios que recebem, dos livros que vendem. Impressiona, aliás, a quantidade de selos e de livros autopublicados pela turma. As obras — um total de mais de 100, segundo cálculos por baixo da Cooperifa — são geralmente impressas em gráficas locais. Ilustradores se oferecem para ajudar, e os livros são vendidos nos eventos e de forma itinerante. Os preços variam de R$ 10 a R$ 20. Como diz Vaz, que já vendeu mais de oito mil cópias de seus livros, “eliminou-se os atravessadores, levando a livraria até as pessoas”.
Giovani Baffo, 31 anos, que acaba de publicar seu terceiro livro, chegou a vender cinco mil exemplares. Hoje morando numa Kombi, o poeta percorre toda a cidade oferecendo seus livros. Numa das caminhadas pelo centro de São Paulo, vendeu o primeiro deles, “Delitos e deleites”, para o rapper Criolo. O autor de “Não existe amor em SP” declamou um dos poemas, “Em casa de menino de rua o último a dormir apaga a lua” em um de seus shows.
— Aí o poema foi declamado até no programa da Ana Maria Braga! — diverte-se Giovani, derrubando mais um mito: o de que os poetas marginais detestam o mainstream.
O primeiro livro de Pezão, “Nóis é ponte e atravessa qualquer rio”, saiu em dezembro por um selo chamado Reza Brava, idealizado pelo escritor Marcelino Freire, também organizador do evento Balada Literária. Entusiasta dos saraus, Marcelino conta que intimou Pezão a compilar suas poesias.
— Juntei forças para o livro sair. Consegui impressão, diagramação etc. Pretendo concentrar livros assim no selo Reza Brava. Eles serão feitos com o esforço afetivo coletivo. Não é bem uma editora. É uma atitude, entende? O Pezão é um poeta clássico, em vida, e precisava que a sua poesia se espalhasse ainda mais pelos mil cantos — elogia o escritor.A relação da poesia marginal com o rap é muito próxima. A violência, a revolta social, o racismo, o desgosto com o governo e a política explicitados por Mano Brown convivem com o lado intimista do gênero. Há espaço para todos. Num dos saraus do Binho, realizado num centro cultural improvisado em duas casas geminadas, alugadas em Taboão da Serra, os versos de Luan Luando, de 25 anos, clamando por mais igualdade social, ecoam ao mesmo tempo em que Binho lava os pés dos participantes. Portando bacias com água, o poeta molha, o poeta enxuga, “num sinal de afeto, porque literatura e poesia são afeto, não é”? Há saraus com poesia e cinema, “saraus de perdão” — onde maridos pedem, em versos, desculpas às suas mulheres — e de poesia erótica.Luan conseguiu apoio de sarauzeiros para lançar seu primeiro livro, “Manda busca”: imprimiu tudo numa gráfica local, um amigo ilustrou, ele pôs um monte na mochila e saiu andando por São Paulo. Vendeu 500 livros em duas semanas. Seu carro-chefe é o poema “Blackititude”, no qual fala em “panafricanizar” o Brasil, e manda Rosa Parks (ativista que lutou pelos direitos civis nos EUA) não “se levantar do banco”, numa declamação cantada.
Publicar um livro também é sonho de Djalma Pereira da Silva, de 64 anos, que veio da Paraíba para São Paulo nos anos 60 sem saber ler nem escrever. Correu atrás, aprendeu sozinho e logo mergulhou no universo de João Cabral de Melo Neto, clara inspiração para seu “Sonho do cacique”, cordel que anda fazendo sucesso nos saraus. No poema, toda a saudade da Paraíba distante. “Mas eu viajo para lá com meus pensamentos fortes, eu consigo chegar lá”, expressa ele nos versos.
— Minha poesia fala da ditadura social que persiste, apesar de a militar ter ido embora. Djalma fala da saudade da terra dele. Mas nossa sensação de desamparo é a mesma. Somos tão renegados pelo poder público que fomos construindo nossos meios de sobrevivência. A literatura nos levou a lugares que jamais imaginávamos — afirma Luando.
E a próxima parada será Buenos Aires. A feira acontece entre 22 de abril e 12 de maio, e está entre as cinco maiores do mundo em volume de negócios. A Prefeitura de São Paulo investirá R$ 3 milhões para levar os sarauzeiros (o número dos que vão participar ainda não está fechado). A Biblioteca Mário de Andrade gerenciará um estande de 144 metros quadrados, e a ideia é reproduzir saraus não apenas no local do evento, mas também pela periferia portenha, em bares, centros culturais, milongas. Os livros, claro, também estarão por lá. Integrantes de 14 saraus de São Paulo, incluindo os de Binho, Vaz, Pezão e Ferrari, estão tendo reuniões semanais com os funcionários da biblioteca para definir a programação e, o mais difícil, decidir quem viajará para o evento.
Parece que Binho também estava prevendo a viagem à Argentina quando criou os versos de “Ir, ir e ir”: “Quero ver onde o samba é Gardel, onde o tango é Noel, onde Neruda é Drummond, onde o Chile é Allende, onde nenhum salvador é Pinochet”. Neste caso, a poesia entra no lugar do samba.
E a próxima parada será Buenos Aires. A feira acontece entre 22 de abril e 12 de maio, e está entre as cinco maiores do mundo em volume de negócios. A Prefeitura de São Paulo investirá R$ 3 milhões para levar os sarauzeiros (o número dos que vão participar ainda não está fechado). A Biblioteca Mário de Andrade gerenciará um estande de 144 metros quadrados, e a ideia é reproduzir saraus não apenas no local do evento, mas também pela periferia portenha, em bares, centros culturais, milongas. Os livros, claro, também estarão por lá. Integrantes de 14 saraus de São Paulo, incluindo os de Binho, Vaz, Pezão e Ferrari, estão tendo reuniões semanais com os funcionários da biblioteca para definir a programação e, o mais difícil, decidir quem viajará para o evento.
Parece que Binho também estava prevendo a viagem à Argentina quando criou os versos de “Ir, ir e ir”: “Quero ver onde o samba é Gardel, onde o tango é Noel, onde Neruda é Drummond, onde o Chile é Allende, onde nenhum salvador é Pinochet”. Neste caso, a poesia entra no lugar do samba.
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