sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

SP-BERLIM: LITERATURA SEM FRONTEIRAS Berlim, 13 de janeiro de 2012

Aconteceu na quinta-feira, 12 de janeiro de 2012, o lançamento do livro “100 Mágoas”, de Rodrigo Ciríaco (Edições Um Por Todos, 2011, 120 páginas) no espaço da A Livraria,loja especializada na literatura afro-luso-brasileira no coração de Berlim – Alemanha.

A atividade teve início por volta das 19:30hs e contou com a moderação e tradução para o alemão da pesquisadora Ingrid Hapke, da Universidade de Hamburgo (ALE).

Rodrigo Ciríaco falou um pouco sobre a origem do seu novo trabalho, iniciado em 2008 após a finalização do seu primeiro livro, o Te Pego Lá Fora (Edições Toró, 2008, 108 páginas), sobre a importância do financiamento do livro através de um edital público do município de São Paulo (o Programa VAI) e sobre o trabalho coletivo desenvolvido na elaboração de um novo selo editorial, o Um Por Todos, na qual o livro foi publicado – de maneira independente, diga-se de passagem. Falou ainda sobre o processo de construção do livro, questões estéticas relacionadas ao estilo da escrita e a diversidade de temas e personagens presentes nos contos: a pessoa em situação de rua, uma detenta condenada injustamente, o pai revoltado no leito do hospital sem atendimento para a filha, as traições, rejeições e (des)amores da vida privada, entre outros.

Foram feitas as leituras de dois contos do seu livro: “Maria”, que aborda a história de uma mulher acusada injustamente de matar a filha com cocaína em sua mamadeira e “Sem Mágoas”, conto este que faz referência ao título do livro e que aborda o desabafo de uma mulher ao seu ex-namorado.

Aliás, o destaque da presença de personagens femininas foi uma das perguntas da platéia, sobre como o autor faz para dar uma certa “naturalidade” a fala destas personagens, que afirmou, sem nenhum constrangimento, possuir seu “lado feminino” forte e decidido, além da importância do autor debruçar-se sobre a escrita: “todos os meus contos eu li, mexi e reescrevi, pelo menos, umas quinze, vinte vezes. Uma busca, uma briga para se achar a melhor palavra, a melhor expressão. Em qual ponto fica melhor a vírgula, um ponto ou mesmo nenhum dos dois”.

Outra pergunta de destaque foi sobre a “visceralidade” dos contos, ou do que Rodrigo gosta de chamar de “literatura de estômago”. Como se faz com tantas histórias, o que ela provoca no autor? “Gastrite”, foi a primeira resposta, seguida de risada dos presentes. “Mas por isso que não me considero muitas vezes um escritor, pois não gosto de escrever sobre qualquer coisa, mas aquilo que me pega pelo estômago, por baixo. Escrever é um ofício necessário para eu me sentir vivo”, declarou.

Outro ponto de destaque da atividade foi a qualidade das traduções literárias, do alemão para o português, feito pela pesquisadora Ingrid Hapke, da Universidade de Hamburgo (ALE), elogiada por vários dos presentes. Hapke está finalizando um trabalho de doutorado em letras sobre a literatura marginal-periférica brasileira e vem se destacado na divulgação, ensaios e tradução de textos e materiais ligados ao tema em terras germânicas.

Para finalizar, Rodrigo Ciríaco recitou o poema “Periafricania”, de Gaspar (Z´África Brasil) e os presentes convidados a participar de um coquetel, conhecer mais de seu trabalho e conversar com o autor.


SOBRE O AUTOR:

Rodrigo Ciríaco é educador e escritor e integrante do coletivo Os Mesquiteiros. Coordena há cinco anos em uma escola pública da periferia da Zona Leste de São Paulo o projeto de incentivo a leitura, escrita e criação artística, Literatura (é) Possível, na qual desenvolve oficinas de literatura e teatro, encontros com poetas e escritores e, mensalmente, o Sarau dos Mesquiteiros, que acontece todo último sábado de cada mês, na própria escola.

Autor dos livros Te Pego Lá Fora (Edições Toró, 2008, 108 páginas) e recentemente do100 Mágoas (Edições Um Por Todos, 2011, 120 páginas), todos trabalhos independentes. Já registrou participações em eventos culturais e literários da rede SESC, Itaú Cultural e na FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) e teve alguns de seus contos traduzidos para o alemão (ainda sem publicação) e francês no livro Je suis favela (Editions Anacaona, 2011), ao lado de Marcelino Freire, Marçal Aquino, Ferréz, Sacolinha, Alessandro Buzo, entre outros.


CONTATO:

Fone: +55 11 9457-6708
Twitter: @rodrigociriaco
Facebook: Rodrigo Ciríaco


Fonte: Assessoria de Imprensa – Rodrigo Ciríaco

Fotos: Brunela Succi
























Nenhum comentário:

Postar um comentário